Trombose venosa: desligue a televisão e mexa-se!

Passar muito tempo na frente da televisão pode aumentar sua chance de desenvolver coágulos sanguíneos potencialmente fatais, conhecidos como trombose venosa. Mesmo o fato de tentar contrabalançar horas assistindo TV com exercícios não é eficaz, advertem os pesquisadores  da Universidade de Minnesota, nos EUA, autores de um estudo publicado no Journal of Thrombosis and Thrombolysis da Springer.

“A trombose venosa acontece quando um coágulo é formado no interior de uma veia, que tem a função de levar o sangue de determinado local do corpo de volta ao coração e aos pulmões. Se esse coágulo se desprende, ele segue o mesmo caminho do sangue, atingindo as artérias dos pulmões e interrompendo aí o fluxo sanguíneo. O risco de desenvolver trombose venosa é aumentado em algumas situações, como nos casos de menor mobilidade do indivíduo”, explica o cirurgião vascular, Prof. Dr. Antonio Zerati. 

Sedentarismo

Assistir à televisão é o comportamento sedentário mais comum em todo o mundo, e as conclusões de um estudo de 2016, no Japão, destacaram o aumento do risco de sofrer um tromboembolismo venoso (TEV) relacionado às horas passadas em frente à TV. Este último estudo é o primeiro a se concentrar em uma população ocidental, conhecida por ser mais propensa a condições de coagulação sanguínea do que pessoas de ascendência asiática.

Os pesquisadores analisaram dados de 15.158 americanos, com idades entre 45 e 64 anos, quando o Estudo de Risco de Aterosclerose nas Comunidades (ARIC) começou em 1987. O ARIC é um estudo prospectivo em andamento baseado nas doenças relacionadas ao fluxo sanguíneo nos EUA. Os participantes foram inicialmente questionados sobre seu estado de saúde, atividades físicas, se  fumavam e se estavam acima do peso ou não. Desde então, os membros da equipe do ARIC mantêm contato regular com os participantes para perguntar sobre qualquer tratamento hospitalar que possam ter recebido. Por meio da análise dos registros hospitalares e, quando relevante, dos exames de imagem, foram observados 691 ocorrências de TEV entre os participantes até 2011.

“As descobertas mostram que os participantes que assistiram à televisão por mais tempo tiveram mais de 1,7 vezes o risco de sofrer de um TEV em comparação com aqueles que nunca ou raramente assistiam à TV. Esse risco ainda permaneceu alto, mesmo quando os fatores obesidade ou níveis de exercícios dessa pessoa foram levados em consideração”, destaca o cirurgião vascular.

Os resultados sugerem que mesmo indivíduos que praticam atividade física regularmente não devem ignorar os danos potenciais a comportamentos sedentários prolongados, como os que passamos diante de telas. Evitar a visualização por horas a fio da TV, aumentar a atividade física e controlar o peso corporal pode ser benéfico para prevenir a TEV.

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