Risco de Câncer é Três Vezes Maior Após Trombose Aguda na Perna
Pacientes que tiveram uma trombose arterial correm maior risco de desenvolverem câncer. Esse risco, nos primeiros seis meses, após o evento trombótico, é três vezes maior que o normal. Isto é demonstrado por um estudo publicado recentemente na revista Circulation.
Segundo os autores da pesquisa, o risco é especialmente maior, mas não apenas, para as formas de câncer relacionadas ao tabagismo. O risco é maior para o câncer de pulmão e pâncreas, ambos relacionados ao tabagismo. No entanto, outras formas de câncer, como câncer de cólon e a leucemia, também estão representados no estudo.
“Alguns fatores de risco para doença arterial também aumentam o risco de câncer, como o cigarro, a idade, a obesidade. Essa é uma explicação possível para os achados deste estudo”, afirma o cirurgião vascular, Prof. Dr. Antonio Zerati.
Além de servir como alerta para um risco aumentado para câncer, a trombose arterial representa um evento potencialmente grave por si só.
“Se a trombose arterial não for tratada corretamente, dentro de um curto período de tempo, o paciente pode perder a perna”, afirma o cirurgião vascular.
O estudo “Risco e Prognóstico do Câncer após Trombose Arterial de Membros Inferiores” é baseado em dados de 6.600 dinamarqueses que foram diagnosticados com um coágulo sanguíneo arterial na perna, durante o período de 1994-2013. Destes, 772 foram diagnosticados com câncer durante o período de vinte anos.
O estudo foi realizado comparando o número de casos de câncer em pacientes com coágulos sanguíneos arteriais na perna com o número de casos de câncer na população geral. Dados do Registro Nacional Dinamarquês de Pacientes foram usados para identificar pacientes com coágulos sanguíneos e o Registro de Câncer Dinamarquês foi usado para acompanhar os pacientes por câncer.
“6.600 pacientes podem não parecer muito, mas as informações foram extraídas de um dos maiores bancos de dados para trombose arterial de membros inferiores no mundo. Esta também é a primeira vez que a associação de trombose arterial e câncer foi examinada”, destacam os autores do estudo.