Úlceras do Pé Diabético: Impacto é Muito Maior do que o Pensado

O prognóstico para pessoas com úlceras do pé diabético infectadas é pior do que se pensava anteriormente, de acordo com uma nova pesquisa. Mais de metade dos pacientes acompanhados pelos pesquisadores não viu sua úlcera cicatrizar ao longo de um ano – e um em cada sete teve parte ou todo o pé amputado.

As úlceras no pé são feridas abertas e afetam cerca de um quarto dos 3,3 milhões de pessoas no Reino Unido vivendo com diabetes. As feridas se desenvolvem porque o diabetes danifica os nervos e os vasos sanguíneos nos pés.

“Essas feridas são crônicas, lentas para curar e propensas à infecção. Essa  infecção normalmente leva a algumas consequências graves, como a perda de um membro ou amputações múltiplas”, explica o cirurgião vascular, Prof. Dr. Antonio Zerati.

A pesquisa, liderada pelo professor Andrea Nelson, na Universidade de Leeds, teve como objetivo examinar os resultados das úlceras do pé diabético infectadas. Os resultados sublinham a necessidade de monitorar de perto as pessoas com risco de desenvolver úlceras no pé.

A Universidade de Leeds está na vanguarda da pesquisa sobre prevenção e tratamento de úlceras para os pés diabéticos, bem como feridas na pele e feridas de pressão em geral, um problema que afeta pessoas com má circulação, obesidade ou mobilidade limitada – problemas que irão crescer à medida que a sociedade envelhece. Este último estudo foi publicado na revista Diabetic Medicine.

Os pesquisadores rastrearam 299 pessoas que frequentaram uma clínica de diabetes com uma úlcera de pé infectada, uma amostra suficientemente grande para que ela seja representativa de todo o Reino Unido. Os pacientes foram acompanhados por mais de  um ano.

Nesse período, uma em cada sete pessoas (17,4%) teve parte ou todo o pé amputado. Entre os outros, menos da metade (45,5%) viram sua úlcera ser curada. Os pesquisadores dizem que os resultados são piores do que se pensava anteriormente – uma conclusão baseada em uma análise estatística mais precisa da escala do problema.

“As úlceras nos pés são uma condição muito desagradável. São dolorosas e são debilitantes. As pessoas com úlceras nos pés têm mobilidade limitada e isso traz consigo um conjunto de outros fatores de risco – obesidade e doenças cardíacas, por exemplo. O ponto-chave é que as pessoas precisam ser vistas rapidamente por um especialista se uma úlcera começar a se formar – o que dá aos profissionais de saúde a maior chance de tentar evitar o agravamento da condição”, destaca o Prof. Dr. Antonio Zerati.

Prof. Dr. Antonio Zerati

Por:

ANTONIO EDUARDO ZERATI – CRM 87065 CIRURGIÃO VASCULAR E ENDOVASCULAR; DOUTOR EM CIÊNCIAS PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; PROFESSOR LIVRE-DOCENTE PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; SÓCIO TITULAR – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR (SBACV) http://sbacvsp.com.br/; MEMBRO DA SOCIETY FOR VASCULAR SURGERY (EUA) https://vascular.org/.

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