Estudo Revela Fatores de Risco para Trombose em Grávidas

Grávidas, mulheres que tiveram um parto prematuro ou têm condições médicas, como varizes, doença intestinal inflamatória (DII) ou doença cardíaca correm um risco maior de desenvolver trombose após o parto, revelou um estudo.

A pesquisa, realizada pela Universidade de Nottingham, descobriu que ser obesa, sofrer sangramento durante a gravidez ou o parto, ter um parto prematuro ou um parto por cesariana também aumentam o risco de tromboembolismo venoso (TEV).

As descobertas, publicadas na revista Society of Hematology Society Blood, podem ter implicações importantes para a forma como as mulheres em risco são identificadas e medidas preventivas podem ser administradas.

O epidemiologista Matthew Grainge, que liderou o estudo, explica “o TEV é uma complicação rara, mas grave, da gravidez e do parto. Ela afeta cerca de uma ou duas gestações em cada 1.000, mas, apesar disso, continua sendo a principal causa de mortalidade em mulheres grávidas e puérperas em países desenvolvidos”.

“As medidas preventivas para o TEV, como uma dose diária de heparina, representam riscos e custos e, portanto, apenas são recomendadas para mulheres que são consideradas de alto risco. No entanto, há inconsistência e desacordo sobre os fatores que colocam as mulheres nessa categoria de alto risco. Esperamos que esta pesquisa forneça informações novas valiosas”, afirma o cirurgião vascular, Prof. Dr. Antonio Zerati.

“O TEV – como a trombose venosa profunda (TVP) – são coágulos sanguíneos que se formam em uma veia e podem ser potencialmente fatais se o coágulo se soltar e se alojar no pulmão, causando um bloqueio das artérias desse órgão, conhecido como embolia pulmonar”, explica o médico.

O estudo utilizou dados de registros de pacientes para estudar gestações de mulheres entre 15 e 44 anos, entre janeiro de 1995 e julho de 2009 – totalizando quase 400.000 gestações.

Os pesquisadores identificaram todas as mulheres que desenvolveram TEV pela primeira vez durante a gravidez, incluindo a trombose venosa profunda (TVP), e extraíram importantes informações sobre seus registros médicos, incluindo idade, índice de massa corporal (IMC) e informações sobre tabagismo.

Além disso, eles consideraram outros fatores relacionados à gravidez, como a forma como o bebê nasceu, seja por parto normal,  cesariana, parto prematuro e quaisquer complicações associadas, incluindo pré-eclâmpsia, diabetes e pressão arterial elevada.

Fatores médicos coexistentes, incluindo varizes, doença inflamatória intestinal (DII) e doenças cardíacas também foram levados em consideração.

O pesquisadores então usaram métodos sofisticados de análise de dados para calcular os índices de taxa de incidência para comparar os riscos de TEV com pessoas sem fatores de risco específicos. Descobriram que o risco de TEV, durante a gravidez, era apenas marginalmente maior para as mulheres com idade superior a 35 anos, que tinham um IMC maior que 25 ou que fumavam. As complicações médicas, como diabetes pré-existente, varizes e DII, foram associadas a um maior risco.

Os riscos foram muito maiores para as novas mães. As puérperas com IMC maior que 30 eram quatro vezes mais propensas a desenvolver TEV, enquanto o parto por cesariana, múltiplos nascimentos anteriores (três ou mais), sangramento na gravidez e parto prematuro duplicavam as chances de uma mulher desenvolver TEV.

Talvez mais significativamente, as mulheres que já tinham passado por um parto eram seis vezes mais propensas a apresentar TEV.

“Os resultados podem ter implicações importantes para a forma como as medidas preventivas para TEV são difundidas em ambientes de saúde em países desenvolvidos. Acreditamos que a forte associação entre partos prematuros e TEV, em particular, é uma descoberta de importância real que não recebeu atenção até esta data. Atualmente, elas não estão incorporadas nas diretrizes para avaliação de risco para TEV e, se novos estudos confirmarem sua importância nesse processo, muitos casos associados a esses fatores de risco poderão ser prevenidos”, defende o cirurgião vascular,  Prof. Dr. Antonio Zerati.

Prof. Dr. Antonio Zerati

Por:

ANTONIO EDUARDO ZERATI – CRM 87065 CIRURGIÃO VASCULAR E ENDOVASCULAR; DOUTOR EM CIÊNCIAS PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; PROFESSOR LIVRE-DOCENTE PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; SÓCIO TITULAR – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR (SBACV) http://sbacvsp.com.br/; MEMBRO DA SOCIETY FOR VASCULAR SURGERY (EUA) https://vascular.org/.

Agende pelo WhatsApp! (11) 98315-9984