Trombose Venosa Profunda e Embolia Pulmonar

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias profundas, mais frequentemente dos membros inferiores.

A dor e o inchaço do membro acometido podem causar desconforto, porém são as complicações associadas à TVP que causam maior preocupação. Agudamente, o risco de parte do coágulo desprender-se e migrar para o pulmão, fenômeno conhecido como tromboembolismo pulmonar (TEP) ou simplesmente embolia pulmonar (EP), é o evento mais temido, já que, em casos mais graves, pode levar à morte. Outra complicação, esta ocorrendo após alguns anos do evento agudo de TVP, é a Síndrome Pós-Flebítica ou Pós-Trombótica, que pode culminar com a formação de úlceras de estase venosa.

Trombose Venosa Profunda

 

Causas

A trombose venosa profunda (TVP) é desencadeada por:

  • Estase venosa – lentificação do fluxo venoso, seja por imobilidade (p.ex. indivíduos acamados, imobilização ortopédica) ou compressão da veia;
  • Hipercoagulabilidade – tendência à formação de coágulos, como ocorre em algumas doenças do sangue (trombofilias);
  • Lesão endotelial – é a lesão da camada mais interna da veia (p. ex. traumas, lesões químicas).

Algumas situações trazem maior risco de trombose venosa profunda. Muitas vezes, há associação de fatores desencadeantes. Os principais fatores de risco são:

  • Idade acima de 40 anos;
  • Imobilização (p.ex. indivíduos acamados ou hospitalizados, viagens prolongadas);
  • Obesidade;
  • Gravidez e puerpério;
  • Reposição hormonal;
  • Câncer;
  • Quimioterapia;
  • Tabagismo;
  • História familiar de TVP;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Cirurgia recente (especialmente ortopédicas e oncológicas);
  • Uso de cateteres venosos.

 

Sintomas

                A quantidade e a intensidade dos sintomas variam conforme o local e a extensão da trombose. Os sintomas mais frequentes são:

  • Dor;
  • Inchaço;
  • Aumento da consistência do músculo do membro acometido (empastamento muscular);
  • Dor no trajeto da veia trombosada;
  • Arroxeamento da extremidade do membro acometido.

 

Embolia pulmonar – os principais sintomas são dor no peito e falta de ar repentinas. Expectoração (catarro) com sangue também pode estar presente. Essa é a apresentação clássica, mas os sintomas dependem da quantidade e do tamanho dos trombos que se desprendem e migram para os pulmões. Há casos em que ocorre EP sem que haja qualquer sintoma.

 

Diagnóstico

Quando existe suspeita de TVP, a investigação deve ser imediata, a fim de que o tratamento, em se confirmando o diagnóstico, seja iniciado prontamente. O exame físico pode mostrar edema (inchaço) e empastamento muscular. Como os sinais e sintomas dependem do local e da extensão da TVP, muitas vezes a realização de exames é necessária para o diagnóstico. Os principais são:

  • Exame de sangue (dímero-D);
  • Ultrassom doppler  venoso;
  • Angiotomografia;
  • Angiorressonância.

Quando não há causa evidente, deve-se pesquisar algum fator desencadeante, como, por exemplo, doenças hematológicas e tumores.

 

Embolia pulmonar – Muitas vezes a embolia pulmonar pode ser confundida com pneumonia ou mesmo infarto do coração. Quando há dúvida em relação ao diagnóstico, exames como radiografia simples do tórax e eletrocardiograma podem afastar outras doenças que também causam dor torácica e falta de ar. O exame mais usado para o diagnóstico de EP é a angiotomografia de tórax. Um ecocardiograma também pode ajudar a avaliar a repercussão clínica da EP. Quanto aos exames de sangue, a dosagem de uma proteína chamada dímero-D pode auxiliar no diagnóstico.

 

Tratamento

                O tratamento clássico baseia-se na anticoagulação, que consiste na diminuição da coagulação sanguínea através de medicamentos injetáveis ou comprimidos, muitas vezes iniciado com o paciente em regime de internação hospitalar. O tempo de tratamento com os anticoagulantes depende dos fatores desencadeantes, do local da trombose e da ocorrência de complicações, como o TEP. Devido ao risco de sangramento, o paciente em uso dessas medicações deve estar sob avaliação médica rotineira. O anticoagulante não leva à dissolução dos trombos; ele apenas impede a formação de novos coágulos, já que são trombos recentes que apresentam maior risco de causar TEP. Com o passar do tempo, o próprio organismo pode levar à reabsorção completa ou parcial desses coágulos. Além do tratamento medicamentoso, repouso nos primeiros dias e uso de compressão elástica também são necessários.

Há alguns casos especiais de tromboses venosas extensas que podem ser tratados com fibrinolíticos, que são medicamentos que dissolvem os trombos recém formados.

Existem situações em que os pacientes não podem fazer uso de anticoagulantes (p. ex. sangramento ativo, necessidade de tratamento cirúrgico). Nesses casos, há a possibilidade de implante do filtro de veia cava, que é um dispositivo usado para impedir que um trombo que eventualmente venha a se desprender chegue à circulação pulmonar.

 

Embolia pulmonar – o tratamento da embolia pulmonar também é baseado na anticoagulação. Da mesma forma que na TVP, terapias alternativas, como fibrinólise e tromboembolectomia, são reservados para casos específicos.

 

As informações contidas neste site não se destinam, e não devem ser invocadas, como um substituto para aconselhamento médico ou tratamento. É muito importante que os indivíduos com problemas de saúde específicos consultem seu médico.

Prof. Dr. Antonio Zerati

Por:

ANTONIO EDUARDO ZERATI – CRM 87065 CIRURGIÃO VASCULAR E ENDOVASCULAR; DOUTOR EM CIÊNCIAS PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; PROFESSOR LIVRE-DOCENTE PELA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; SÓCIO TITULAR – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR (SBACV) http://sbacvsp.com.br/; MEMBRO DA SOCIETY FOR VASCULAR SURGERY (EUA) https://vascular.org/.

Agende pelo WhatsApp! (11) 98315-9984